20080727

Título?

Outro dia estava eu, com uma amiga, pensando sobre a vida. Chegamos a conclusão de que o perfeito é uma coisa de dar medo, que no fundo não somos prontos para o perfeito, e nem o queremos. Sempre sonhamos com algo assim, 'perfeito', mas quando achamos entramos em parafuso, precisamos achar algum tipo de defeito, e se não conseguimos, passamos apenas a ter medo. História confusa, não? Então vamos do começo.

Quando você surgiu em minha vida, você não passava de mais uma pessoa, cheguei a ter aqueles pensamentos, mas você me surpreendeu. Vi a pessoa boa que você é, vi o tão quanto 'do bem' você é. Até ai tudo bem, pessei a te ter em meu coração como uma amizade incondicional, sem limetes, e com aquele amor de cuidado, querendo te proteger, te ajudar e te entender. Mas acho que você é algo que eu jamais entenderei.

Acontece que nos últimos tempos, percebi que toda aquela imagem que eu tenho de você cresceu mais e mais, e tudo só se confirmou. Vi que você é mais especial do que eu pensava. E agora esse sentimento incondicional de amizade está confuso na minha cabeça.

Pensei muito sobre, acho que não vale a pena arriscar tudo. Então, decidi cuidar de você, mas acho que você não precisa de cuidados, e que toda aquela imagem de pessoa retraida e quase sem vida que eu tinha de você, foi pelo ralo, pois na verdade, ela não existe. Mas todo aquele amor incondicional que eu tenho, ainda existe, e meu maior medo é mesmo, ele está confuso, e não sei se toda essa amizade por mim você sente de forma múltua. Tenho medo, e se nascer uma borboleta entre seus cabelos?* Não quero uma borboleta, independente de sua cor.

Como acho que já disse, desencanei. E passo a ter minhas dúvidas de se realmente não quero nenhuma borboleta. Mas ainda não estava pronto. Ver aquela cena e todo o acontecimento em si, realmente me deixou pensativo (e meio acabado). Por diversos motivos. Pelo sentimento em confusão, pela situação, por você, e por pensar que esse tipo de coisa não acontece comigo. Não acontece? na verdade sim, acontece. Mas acontece no mundo da fantasia que eu criei na minha vida e me deixei entrar, e fiz todos acreditarem nesse mundo. Agora esse mundo entra em conflito comigo mesmo, pelo motivo dele não existir e eu querer morrer com isso.

Enfim, chega. Prefiro agora ficar pensando e, meio que, ficar me matirizando, ficar sofrendo. Sofrendo pelo sentimento em confusão, e pelo maldito mundo que eu criei, e que agora cai na minha cabeça. E que não venha a nascer nenhuma borboleta na minha cabeça, ou entre meus cabelos.



*Para entender a coisa com borboletas, leia "Uma história de borboletas", de Caio Fernando Abreu. Garanto que vale a pena.