20080730

Mostre-me

Te falo sobre a luz que há lá fora, do sol que se fez ontem. Te falo do vento forte, das árvores a ser mexerem. Você não fala nada.

Chego a conclusão que tudo isso foi um mal entendido. Seria um acidente? Sim, um acindente. Mas não esse tipo que você pensa. Esses, em que se tocam sirenes, que carros aceleram desesperadamente e furam o trânsito. Tudo foi indo da “melhor meneira possível”. Se quer percebemos que no fim das contas estávamos caindo aos pedaços, necessitando assim de um socorro, daqueles, em que se tocam sirenes e em que carros aceleram desesperadamente furando o trânsito.

Nessas horas buscamos explicações. Então, explica-me. Como você nunca sentiu? Como nunca percebeu? Não se faça de delicada, inocente. Essa sua face me irrita. Pois essa sua face não existe. É como uma atriz, que encarna um novo ser, uma nova pessoa, entra em cena e vive uma coisa que não é. Me diga se ainda há dúvidas de que é inútil ter fé ou esperança nisso tudo. Isso faz algum sentido?

Me ataque ou tente me demolir. Diga que nada disso contou, que foi uma coisa vaga. Ainda mais porque, daqui, alguém sairá perdendo. Não há como voltar atrás. Você brinca e eu prego peças. Dentre tantas meninas e meninas, a escolhida é você, e não há como fugir dessa sentença. Como um jogo de pegar palitos, se lembra? Mas esse é jogado por malditos lunáticos.

Olhando nossa foto agora, me sinto tão ‘eu’ como nunca me senti. Tudo agora faz parte do passado. Será? Queria que você me mostrasse onde há amor. Me mostre o amor, até que você abra a porta. Até eu levante do chão. Até que eu grite por mais. Me mostre o amor, e me dê tudo o que eu quero.