Durante todo o dia fugi de mim mesmo e de meus pensamentos que te perceguiam. Acordei um pouco depois da manhã, abri o guarda-roupa e estiquei o braço ao fundo. Peguei aquele velho sobretudo, que comprei naquela viagem que fiz no inverno de dois anos atrás. Estava meio empoeirado, mas nada como umas boas batidinhas no ar. As particulas do pó pairando sobre o ar, e a luz do sol contra as mesmas, faz-me assimilar isso tudo a mim e meus pensamentos. Estão por ai, soltos. Pairando. Contra a luz. No ar, para quem quiser. Sem compromisso ou alguma coisa a ver com o que há. Bate contra a luz, e voa por ai. Meus pensamentos soltos, que me fizeram ficar parado por muito tempo, e só me dei conta agora. Pensamentos que de certa forma me complicaram contra minha pessoa. Fiquei parado. Estava esperando algo. O que? Não sei.
Saí à rua olhando tudo a minha volta, como sempre faço. Os sons, as cores, os ruídos, as pessoas, todos aqueles rostos que passam pelo meu olhar. Tudo se fundiu. Mais uma vez os pensamentos que antes de me perceguirem, te perceguem. O mais engraçado é que eu possa estar em qualquer lugar, por entre todos esses rostos, começo a procurar o seu. A cada rua, quadra, avenida, esquina. A cada passo. Por mais que eu saiba que isso não acontecerá, ainda carrego a tola e insignificante esperança.
Vou andando mais rápido, tenho pressa. Chegar atrasado mais uma vez acabaria comigo. Perco mais um compromisso. Ajeito mais uma vez o sobretudo que comprei no inverno de dois anos atrás. Eu era mais magro do que sou hoje. "A dois anos atrás". Meu passado. Queria poder fugir dele. Ele também corre atrás de mim. E ele, com certeza, está vindo, e chegando cada vez mais perto, querendo me apunhalar e acabar comigo. E nem está se importando se eu acertei ou não com minhas atitudes. Ele está por vir. E não está nem ai.
Ando mais um pouco. Mais rostos. A procura continua. O fracasso também. Muitas pessoas parecem não entender meu ponto de vista. Acham que eu erro sempre, em todas as atitudes. Acham que eu devo colocar tudo a perder por meras palavras, que podem derrubar o que ainda está sendo construído. Elas não entendem o que sinto. Nessa horas me sinto um maníaco psicopata. Sabe, aqueles pessoas que fazem coisas que ninguém entende? E que em muitos momentos são repudiadas, abandonadas? As vezes me acham louco por pensar em você, na sua presença. Não me importa os que não me entendem. Arrumo o sobretudo do inverno de dois anos atrás e faço um ar de "pomposo", como quem relamente não se importa, ou não quer saber. Tudo o que preciso saber é que você, querendo ou não, é uma pessoa que me ajuda, e me torna melhor. Tudo o que eu preciso saber é que você está do meu lado quando tudo isso vem a tona. Mas, infelizmente, não está quando você me vem a tona. O sobretudo aperta mais uma vez.
Arrumo mais uma vez aquele sobretudo, já meio batido, afinal, é de dois invernos atrás. Ele está colado no corpo como nunca esteve. Sinto que todos ao meu redor me olham de maneira estranha, não sei explicar. Entro naquela cafeteria, peço um café grande, bem forte e com aroma de vanilla. Isso consegue me acalmar em qualquer hora. Sento a mesa e choro. Choro por não mais saber o que fazer e por estar confuso. Odeio não ter minhas idéias no lugar. Choro por quere fugir de tudo isso. Por querer fugir dos meus pensamentos desgraçados e do passado. Sinto uma dor no abdome, o sobretudo me aperta.
Saindo, arrumo mais uma vez o sobretudo, já estava começando a me irritar. Coloco a mão no bolso. Quando olho o bolso, lá está ele. Meu passado. Ele me achou.
Saí à rua olhando tudo a minha volta, como sempre faço. Os sons, as cores, os ruídos, as pessoas, todos aqueles rostos que passam pelo meu olhar. Tudo se fundiu. Mais uma vez os pensamentos que antes de me perceguirem, te perceguem. O mais engraçado é que eu possa estar em qualquer lugar, por entre todos esses rostos, começo a procurar o seu. A cada rua, quadra, avenida, esquina. A cada passo. Por mais que eu saiba que isso não acontecerá, ainda carrego a tola e insignificante esperança.
Vou andando mais rápido, tenho pressa. Chegar atrasado mais uma vez acabaria comigo. Perco mais um compromisso. Ajeito mais uma vez o sobretudo que comprei no inverno de dois anos atrás. Eu era mais magro do que sou hoje. "A dois anos atrás". Meu passado. Queria poder fugir dele. Ele também corre atrás de mim. E ele, com certeza, está vindo, e chegando cada vez mais perto, querendo me apunhalar e acabar comigo. E nem está se importando se eu acertei ou não com minhas atitudes. Ele está por vir. E não está nem ai.
Ando mais um pouco. Mais rostos. A procura continua. O fracasso também. Muitas pessoas parecem não entender meu ponto de vista. Acham que eu erro sempre, em todas as atitudes. Acham que eu devo colocar tudo a perder por meras palavras, que podem derrubar o que ainda está sendo construído. Elas não entendem o que sinto. Nessa horas me sinto um maníaco psicopata. Sabe, aqueles pessoas que fazem coisas que ninguém entende? E que em muitos momentos são repudiadas, abandonadas? As vezes me acham louco por pensar em você, na sua presença. Não me importa os que não me entendem. Arrumo o sobretudo do inverno de dois anos atrás e faço um ar de "pomposo", como quem relamente não se importa, ou não quer saber. Tudo o que preciso saber é que você, querendo ou não, é uma pessoa que me ajuda, e me torna melhor. Tudo o que eu preciso saber é que você está do meu lado quando tudo isso vem a tona. Mas, infelizmente, não está quando você me vem a tona. O sobretudo aperta mais uma vez.
Arrumo mais uma vez aquele sobretudo, já meio batido, afinal, é de dois invernos atrás. Ele está colado no corpo como nunca esteve. Sinto que todos ao meu redor me olham de maneira estranha, não sei explicar. Entro naquela cafeteria, peço um café grande, bem forte e com aroma de vanilla. Isso consegue me acalmar em qualquer hora. Sento a mesa e choro. Choro por não mais saber o que fazer e por estar confuso. Odeio não ter minhas idéias no lugar. Choro por quere fugir de tudo isso. Por querer fugir dos meus pensamentos desgraçados e do passado. Sinto uma dor no abdome, o sobretudo me aperta.
Saindo, arrumo mais uma vez o sobretudo, já estava começando a me irritar. Coloco a mão no bolso. Quando olho o bolso, lá está ele. Meu passado. Ele me achou.