Difícil diálogo (ou monólogo) com uma pseudo-artista:
-Oi Fla! Quê você tá fazendo?
-Escrevendo...
-Ah tá, quando você terminar me avisa?
-Uhum...
(horas depois)
-Flá, o que você tá fazendo agora?
-Desenhando...
-Ah tá, quando você terminar me avisa?
-Uhum...
(mais horas depois)
-Flá, acabou?
-aquele sim, agora tô desenhando outra coisa...
-Ah...
-Flá?
-Huuum?
-Sobre o que você tava escrevendo?
-sobre o que eu tô desenhando agora...
-Ah... Tá. Quando voc...
-Quando eu terminar eu te aviso.
(mais outras horas depois)
-Flá, desculpa estar enchendo o saco, mas...
-Nada, fique à vontade, sou um buraco negro.
-É que... Buraco Negro?
-É, que nunca tem fim, tipo um saco furado.
-Ah tá. Você já terminou de desenhar?
-Uhum.
-E o que você fazendo agora?
-Passando pro computador tudo o que escrevi.
-Ah...
(minutos depois)
-Flá, vou sair.
-Ah, pq? Agora que eu queria falar com você!
-Legal, você terminou de fazer tudo o que você tinha prá fazer que era mais importante do que eu?
-Uhum. Então, agora que você tá aqui, queria que você desse uma lida no que eu escrevi.
20080130
20080128
Uma mente que se amedronta
Ontem eu vi uma das pessoas que mais me inspira, ao vivo, côres e sons...
Ela era linda, serena, e eu podia ver através de seus olhos, mesmo que àquela distância toda, um milhão de pensamentos à rodar tão rápido, tão rápido, que fizeram sentir-me tonta e, apesar de ter tido a vontade de ficar à fitá-los por horas e mais horas, até que enfim ela adormecesse, tive de desviar os olhos logo que eles se encontraram.
Ela se aproximara, e eu podia ver as curvas de todos os seus cachos. E oh, eles eram tão angelicais!
Como no momento de êxtase de um filme de ação - eu sendo a personagem principal que não deveria abrir o pacote, mas que resolveu abrir só para ver o quão perigoso era, correndo o risco de acabar com toda a humanidade - eu voltei à procurar seus olhos... E ao encontrá-los, pude ver que, mesmo que logo abaixo havia um sorriso sincero, seus olhos eram tristes. Vazios como se olhasse para a tela de um computador e, mesmo vendo que não havia nada ali, sabía que lá corria insandecidamente um monte de informação...
Eu podia ouvi-la cantar aquela voz possante e ainda sim acolhedora ao meu lado... Ao meu lado!! Dizendo nada mais do que uma leve conversinha manjada, um daqueles papos "Oi! Que belo dia, não?! E aí, que saudades!", mas que soaram tão lindos vindos dela.
Meus lábios tremiam para metralhá-la de elogios e assuntos que morria de vontade de discutir com ela. Comentar sobre algo que ela escrevera, entregar-lhe tudo o que eu escrevera em toda a minha vida.
Sentia um carinho tão grande por ela, sentia que a conhecia de tão longos anos, sem ao menos ter trocado um mero grunhido com ela... Tão logo, senti-me patética. O ser mais patético de toda a galáxia, de toda a existência. Senti-me mais patética que o ser mais patético que jamais vivera desde que se criara a vida!
Patética de nunca ter tido a coragem de falar com ela. Patética de ver tanto, e sentir tanto por alguém que nada mais é do que outro ser insignificante aqui, como eu mesma.
Ela fora embora. como se tivesse cansado de esperar que eu parasse de vagar na escuridão que eram seus olhos...
Ela fora embora, e eu ficara alí. Patética.
Ela era linda, serena, e eu podia ver através de seus olhos, mesmo que àquela distância toda, um milhão de pensamentos à rodar tão rápido, tão rápido, que fizeram sentir-me tonta e, apesar de ter tido a vontade de ficar à fitá-los por horas e mais horas, até que enfim ela adormecesse, tive de desviar os olhos logo que eles se encontraram.
Ela se aproximara, e eu podia ver as curvas de todos os seus cachos. E oh, eles eram tão angelicais!
Como no momento de êxtase de um filme de ação - eu sendo a personagem principal que não deveria abrir o pacote, mas que resolveu abrir só para ver o quão perigoso era, correndo o risco de acabar com toda a humanidade - eu voltei à procurar seus olhos... E ao encontrá-los, pude ver que, mesmo que logo abaixo havia um sorriso sincero, seus olhos eram tristes. Vazios como se olhasse para a tela de um computador e, mesmo vendo que não havia nada ali, sabía que lá corria insandecidamente um monte de informação...
Eu podia ouvi-la cantar aquela voz possante e ainda sim acolhedora ao meu lado... Ao meu lado!! Dizendo nada mais do que uma leve conversinha manjada, um daqueles papos "Oi! Que belo dia, não?! E aí, que saudades!", mas que soaram tão lindos vindos dela.
Meus lábios tremiam para metralhá-la de elogios e assuntos que morria de vontade de discutir com ela. Comentar sobre algo que ela escrevera, entregar-lhe tudo o que eu escrevera em toda a minha vida.
Sentia um carinho tão grande por ela, sentia que a conhecia de tão longos anos, sem ao menos ter trocado um mero grunhido com ela... Tão logo, senti-me patética. O ser mais patético de toda a galáxia, de toda a existência. Senti-me mais patética que o ser mais patético que jamais vivera desde que se criara a vida!
Patética de nunca ter tido a coragem de falar com ela. Patética de ver tanto, e sentir tanto por alguém que nada mais é do que outro ser insignificante aqui, como eu mesma.
Ela fora embora. como se tivesse cansado de esperar que eu parasse de vagar na escuridão que eram seus olhos...
Ela fora embora, e eu ficara alí. Patética.
20080127
Eterno Legato?
Bom, como primeira postagem do blog, me senti na obrigação de explicar o porquê desse estranho nome.
Talvez não lhe seja tão relevante, talvez não lhe seja tão estranho e eu é quem estou viajando na maionese, mas eis que o está, 'para não dizer que não falei das flôres'...
Para os familiarizados com a música e suas "estúpidas" teorias, já se sabe que o Legato é um desenho que se faz acima de determinadas notas, que simboliza o 'prolongar' do seu seu som. Para sopristas é um tanto quanto difícil quando muito longo, já que se deve fazê-lo usando a tal da (por mim temida e almejada) respiração circular, enquanto para os de corda basta fazer um único movimento contínuo com o arco...
Aí você me pergunta: E que diabos isso tem à ver com esse seu malditozinho blog?
E eu colo-lhe na testa como um Zap! num truco disputado: Se o Legato na música consiste em ligar as notas successivas, de modo que não haja nenhum silêncio entre elas, então o Legato na fala consiste em expressar-se sem pausa.
Falar o quanto nos convir, do modo que nos convir, sem que haja qualquer tipo de interrupção ou barreira. Seja nenhum impedimento de falar palavrão, fazer piadinha, xingar a diretora do colégio, contar o quanto nossa mãe é gorda ou relatar alguma falcatrua de algum poder hierárquico não-desejado que por acaso chegar aos nossos ouvidos e dedos afiados.
Eis que estamos, eternos Legato, e nós não nos calaremos!
Talvez não lhe seja tão relevante, talvez não lhe seja tão estranho e eu é quem estou viajando na maionese, mas eis que o está, 'para não dizer que não falei das flôres'...
Para os familiarizados com a música e suas "estúpidas" teorias, já se sabe que o Legato é um desenho que se faz acima de determinadas notas, que simboliza o 'prolongar' do seu seu som. Para sopristas é um tanto quanto difícil quando muito longo, já que se deve fazê-lo usando a tal da (por mim temida e almejada) respiração circular, enquanto para os de corda basta fazer um único movimento contínuo com o arco...
Aí você me pergunta: E que diabos isso tem à ver com esse seu malditozinho blog?
E eu colo-lhe na testa como um Zap! num truco disputado: Se o Legato na música consiste em ligar as notas successivas, de modo que não haja nenhum silêncio entre elas, então o Legato na fala consiste em expressar-se sem pausa.
Falar o quanto nos convir, do modo que nos convir, sem que haja qualquer tipo de interrupção ou barreira. Seja nenhum impedimento de falar palavrão, fazer piadinha, xingar a diretora do colégio, contar o quanto nossa mãe é gorda ou relatar alguma falcatrua de algum poder hierárquico não-desejado que por acaso chegar aos nossos ouvidos e dedos afiados.
Eis que estamos, eternos Legato, e nós não nos calaremos!
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